domingo, 30 de setembro de 2007

Depois do concerto, o público de Xanxerê invade o palco....

Estrelando: Helder

Numa parada da estrada



Olhem só que máximo: amoladores de faca!

Estamos no Sul!

Na van, Mário se concentra

No Sul, óbvio

Felicidade


O hotel em Xanxerê é bom, com quarto amplo, cobertor quentinho, banheiro confortável com muita água quente, e - principalmente - WI-FI no quarto. O dia estava lindo, o concerto foi bom, o público bateu palmas com vontade, a sopinha depois estava bem decente. E eu consegui fazer meu computador falar novamente! Ah, a vida é bela....

Na estrada

sábado, 29 de setembro de 2007

Líquido e certo

Uma coisa que chama a atenção em Rio do Sul é a água. É isso mesmo, a água, aquela de tomar banho. É que ela parece escorregadia, misturada a óleo, sei á. A gente se ensaboa, e fica horas tentando tirar o sabão, mas parece que continua ensaboada, é estranhíssimo. O Mário me explicou que isso acontece simplesmente porque a água aqui é pura, sem cloro ou outro tratamento, e aí fica assim. Vivendo e aprendendo...

E não é que estamos mesmo no Sul?


A porta do restaurante....

Nouvelle Architecture

Estamos em novo pouso: Rio do Sul. O Hotel é um prédio moderno (ou metido a) e meu quarto tem uma característica única. As janelas se abrem para uma varandinha.... que dá para a varandinha do quarto em frente! Quando eu digo que "dá para a outra varanda", não é figura de linguagem. Uma pessoa fora de forma como eu poderia tranquilamente passar de uma a outra sem qualquer risco de se estabacar. Pelo espaço que existe entre as duas, só escorregaria um gato....
Nós zoamos, na viagem, toda vez que vemos alguma construção exdrúxula, e comentamos: ah, deve ter sido aluno da Mamãe (ou da D. Nora, dependendo de quem comenta!). Pensamos até em fazer uma pastinha especial para ela, contendo todas as bolas-fora, incluindo alguns belos exemplos de estatuária... As varandas-para-amantes teriam lugar de destaque nesta pasta.

Acho que ainda vamos esbarrar muitas vezes neste casal...

Da série "Estamos definitivamente no Sul". Olha só a prefeitura de Blumenau:

Esta é especial para a Corinha. será que ela reconhecerá algumas dessas roupas?

Olhem só a cara de felicidade dela!

Aí está a prova: voltamos, mesmo.


E pedimos marreco de novo!!!!!!

O Helder se diverte.

No nosso programa, uma das peças mais leves é Mundo Pequeno VI do Marcus Ferrer. Ele usou um texto de Manoel de Barros, em que aparece a voz dele (Manoel) e de um padre chamado Ezequiel. Na nossa narração, o Mário empresta a voz ao Manoel, e o Helder, ao Padre. Pois a cada concerto ele nos surpreende fazendo um sotaque diferente. Já tivemos padre português, alemão, italiano... Então, todas as noites, ficamos esperando a surpresa do recital. Ontem o padre era um velhinho bem velhinho, desdentado e com a voz fraca e aguda. Imaginem só o Helder, que tem aquela voz super grave e poderosa, plenamente demonstrada nas explicações que ele oferece antes de cada peça, se transformando instantaneamente num ancião alquebrado! Sula, Mário e eu fizemos o maior esforço para não cair na maior gargalhada...

Estamos definitivamente no Sul!



sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Ordem e progresso


Pronto, o blog entra nos eixos novamente. Voltamos a Blumenau. Bem, na verdade, literalmente voltamos a Blumenau, já que o concerto foi em Indaial. E depois da missão cumprida, o que fazem os herois da pátria? Jantar, é claro. Desta vez fomos num restaurante alemão muito bonito, chamado Frohsinn, se não me falha a memória. Lá, num ambiente para lá de simpático, comemos feito deuses. Eu até ia fotografar os pratos, mas nem deu tempo. A fome era tanta, que logo que chegaram à mesa sofreram um ataque veloz e violento. Só sobraram migalhas. Nem vou descrever meu marreco recheado com repolho roxo, spaetzle e maçã caramelada. Mas podem deixar, amanhã nos prometemos voltar lá para almoçar. Por enquanto, vocês terão que se contentar com a vista da janela do restaurante, acima.

Fora de ordem: Itajaí. A Sula foi ao mercado e tirou umas fotos....




Post na ordem errada: Itajaí


A foto ao lado ainda é de Itajaí. Mas é que muitas fotos estavam ainda na máquina da Sula, e só hoje é que foram parar no meu micro. Esta aí é uma igreja que fica bem em frente à casa da cultura. Achei igualzinha aos castelos da Disney....

Problema mais sério ainda:


Hoje foi o último dia de nosso motorista Roberto. Ele deveria ser substituído pelo Nivaldo, desta vez com uma van. O problema é que já passa de 18hs e nada da van chegar. Che paura!
Ah, suspiro aliviado: Nivaldo acaba de chegar!!!!!!Ufa!!!!!!!
Alarme falso: não é o Nivaldo, mas sim um amigo do SESC, o Jamil. Pior ainda: por um postulado da lei de Murphy, o Roberto levou o ônibus... com os pés da espineta e nossas estantes dentro do porta-malas. Pânico!
Acaba de ligar a moça da transportadora. Menos mal, Roberto se apercebeu do problema e está mandando os pés com o Nivaldo. Mas o dito Nivaldo ainda está na estrada, e só vai chegar daqui a uns 50ms... Agora são 18:20, o concerto é às 20hs. Acho que hoje não vai dar para o Mário ver novela, mesmo.
Update: o Nivaldo não apareceu a tempo. Pegamos dois Taxis para ir (no maior aperto) até Indaial, onde era o concerto. Chegamos lá em cima da hora, mas ainda deu para afinar bem a espineta. O diabo é que os pés da espineta, assim como nossas estantes de música, estavam na van do Nivaldo! Por sorte lá em Indaial eles tinham estantes desmontáveis, e não precisamos improvisar. Já a Sula, coitada, teve que apoiar a espineta num cubo de madeira que por acaso estava no palco, e tocamos assim mesmo (veja foto abaixo).
Mas o concerto foi ótimo, o público era bem preparado, e depois do concerto ainda ficou um longo tempo fazendo muitas perguntas. Tanto a Sula como o Mário deram verdadeiras aulas sobre seus instrumentos... (vejam a foto acima)
Na saída, ainda bem, lá estava o Nivaldo a postos, com sua van preparada (sem os bancos de trás) para receber os instrumentos. Viva!

Problema sério:

Acabam de nos informar que o concerto de hoje NÃO vai ser em Blumenau, mas sim numa cidade que fica a uns 40ms daqui. O diabo é que o Mário é noveleiro, lembram? E ele inha planejado correr para o hotel logo que acabasse a apresentação para pegar o último capítulo da novela e finalmente descobrir quem foi que matou Thaís (ou será Paula?). Agora, sei lá como vamos fazer. Só mesmo se tocarmos tudo presto, prestíssimo.... pobre Mário! Músico sofre... Agora, a verdade é que, sendo último dia de novela, nem sei se vamos ter público. Suspense... Depois eu conto como foi.

O pecado mora ao lado



Confesso. Usando a desculpa do barulho implacável, busquei refúgio na confeitaria aqui do lado, que pertence ao Hotel. Strudel com cafezinho cura qualquer zumbido, foi o que me assegurou um feiticeiro, há décadas atrás. Boa ocasião de constatar se ele estava certo...


O Strudel foi caro, mas valeu a pena. Massa fininha, recheada apenas com maçãs, nozes, passas pretas e uma gotinha de limão, mais nada. O diferencial: fatias de maçã cortadas, fininhas, mas com casca, para manterem a forma. Delícia! Quase (mas quase mesmo!) igual ao da Mamãe!

Meu quartel general

Limpo e confortável, sim. Tranquilo, nem tanto! Não é que resolveram fazer uma obra bem no meu andar (o Helder também está no 2o andar, coitado. Sula e Mário escaparam...). Furadeiras furiosas furam freneticamente. A parede parece prestes a se partir. Cascas de caliça caem do céu. Argh! Há pouco ligou o Leo, da recepção, me avisando: "Não sei se a senhora reparou, mas estão fazendo uma pequena obra de fiação aí no seu andar. A senhora estava pretendendo descansar?"....Ahem. Não, nem tinha reparado, Leo. Achei que Blumenau era mesmo terra de terremotos, e esse era apenas mais um. Nossa, descansar em Hotel? Quem teria semelhante idéia exótica? Eu é que não....

Blumenau



A viagem foi tranquila, chegamos ainda cedo em Blumenau. Tentei trabalhar no computador dentro do ônibus, mas cheguei à triste conclusão de que é impossível para mim. Não enxergo nada, e a tela fica ainda mais clara com a luz que entra de fora. Depois, tremo com os solavancos do onibus e não consigo nunca clicar no lugar certo....Já o Mário, com sua visão de lince e mãos de cirurgião, pegou o micro e jogou paciência até o fim da viagem.

O Hotel Glória é um prédio relativamente novo, com decoração bem alemã: painéis de madeira com videiras, vidros grossos, coloridos...O quarto é pequeno, mas limpo e confortável. E o principal: tem WI-FI!

Parabéns, bichinha


Hoje é o aniversário de 18 anos da minha filhota Manoela. Dezoito anos! Céus!
Quando eu estava no banho, ainda no Hotel de Itajaí, tocaram meus dois celulares. Fui ver o que era: um alarme, para me avisar da data! O detalhe importante é que não fui eu que programei os alarmes. Certamente foi a própria Manoelita, da última vez em que estivemos juntas, em julho (ela mora com o pai, em Goiânia). Bem a cara da minha Manoela, que herda as habilidades tecnológicas da Tia Cora, e sabe mexer, com todo gosto, em qualquer aparelho eletrônico, utilizando todas as suas potencialidades. Também é a cara dela 1) saber que tem uma mãe distraída 2) não querer que a mãe fique chateada depois, caso lembre do que esqueceu.
Mas Manoelita, não se preocupe, não há a menor chance de eu me esquecer do seu aniversário! Você e a Júlia são o que de melhor existe na minha vida, e penso nisso sempre, todos os dias.
Espero que você esteja aproveitando bem a câmara digital que ganhou, e que ganhe ainda muitos outros presentes bacanas e especiais. Tomara que seja festejada por todos os colegas e amigos, que aqueles que estão distantes te liguem ou ponham recados no Orkut. Que tenha um ótimo jantar, que consiga se lembrar deste dia com saudade, no futuro.
Torço para que, na tua vida inteira, você receba sempre o primeiro pedaço de torta.
Te amo, fofinha. Saudades!

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Oops!

Acabo de me dar conta de que falei de comida (como sempre!), de flores e novelas, e não mencionei o mais importante, o concerto! E não há desculpa para isso. Afinal, o concerto foi bonito, num teatro simpático, com um público atento, constituído principalmente por músicos. A casa de cultura em que tocamos funciona também como escola de música, daí a concentração de colegas (e isso explica também a concorrência de um grupo de saxofones, que tivemos que enfrentar em alguns momentos do concerto...). No final da apresentação, os ouvintes vieram fazer perguntas sobre os instrumentos e as peças. O Mário documentou a “invasão”do palco, mas a foto está na máquina da Sula, que mulher sábia que é, já foi dormir, enquanto eu varo as madrugadas postando. Mas amanhã eu subo a foto...

Um, dois, três, ação!

Foto de Sérgio L. Pedrotti

A trupe - foto do Sérgio Luís Pedrotti, do SESC

Próximas apresentações:

28 de setembro – Blumenau

29 de setembro – Rio do Sul

30 de setembro – Xanxerê

01 de outubro – São Miguel do Oeste

Os membros do Re-Toques revelam suas perversões...

O quarto do Grande Hotel

Estamos descobrindo uma coisa surpreendente: o Mário é viciado em novela! Quem diria! O problema é que, como temos que tocar um concerto a cada noite, ele está perdendo os capítulos finais da novela da Globo, e fica perturbadíssimo. Hoje fomos jantar num simpático restaurante de frutos do mar, na beira do rio. Mas o interesse do Mário passava longe da gastronomia. O que ele queria saber, mesmo, é se o restaurante tinha televisão. Graça a Santa Cecília, no entanto, não só o restaurante tinha televisão, como ela estava ligada - que coisa! - na novela. Para sorte do Mário, e também do Roberto, que confessou ser igualmente noveleiro. Ficaram os dois comentando a trama, enquanto Sula, Helder e eu boiávamos solenemente... e traçavamos o jantar, no maior entusiasmo.
Ao chegar no Hotel, mais um talento do Mário se revelou. O cantinho de uma unha do meu dedo do pé se quebrou, se enfiou na pele e estava me machucando bastante. O problema é que, apesar de ter um alicate apropriado, eu não enxergo o suficiente para cortar algo tão pequeno. Pois ele me "operou"com grande habilidade! E eu adorei ter finalmente um homem a meus pés (só por alguns minutos, mas mesmo assim...)

Itajaí


Acordamos cedo, mas paramos na estrada para fazer umas comprinhas. Helder adquiriu uma bela jaqueta de couro, que o deixa elegantíssimo, com uma cara de motoqueiro chique, um verdadeiro luxo! Sula comprou uns roupões fofos para os netos, Mário se encantou com um lençol de 350 fios e eu me deixei enfeitiçar por uns cobertores super-macios e coloridos, de um material bem leve. Talvez porque esteja frio e chovendo, a gente acaba se sentindo atraída por tudo o que esquenta...

Nosso Hotel (apropriadamente chamado de Grande Hotel) é um daqueles prédios feitos em uma época em que terrenos eram abundantes e baratos. Assim, nossos quartos são ridículos de tão grandes. O meu tem uma sala e dois quartos, cada qual contendo 2 camas... uma de casal e uma de solteiro! Nem sei o que fazer com tanto espaço! Os móveis são daqueles de madeira escura, antigos, com jeito de móveis de casa, e não de hotel. É engraçado, e dá um pouco a sensação de estar dentro de um filme.

Mas o mais bonito deste Hotel é um arranjo de flores que tem na entrada e que inclui uma flor amarela que parece de plástico – mas não é. Nunca vi, e achei linda. Alguém conhece?

Um hábito legal


Aqui no Sul é frequente haver canteiros, no meio da rua, cheios de flores. É uma coisa simples, mas tão bonita, que transforma qualquer rua movimentada num lugar mais simpático. Não sei por quê não podemos ter a mesma coisa no Rio...

Para o Lucas, que perguntou

Lucas, estou usando uma maquininha que a Cora me deu: Samsung Digimax
S600....
A da Sula é uma Panasonic Lumix, não me lembro de cor o modelo, mas é o mesmo que dei para a Manoela

Nosso valente motorista, o Roberto Alves, com nosso bólido

Uma estátua em Brusque

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Concerto em Brusque

O concerto de hoje foi no salão de eventos de um Shopping. A intenção era atrair tanto os fregueses quanto os clientes das lojas, depois do fechamento do Shopping. Além disso, tivemos como público uma turma escolar de adolescentes. Bem, qualquer músico sabe, adolescentes são o público mais difícil do mundo, ainda mais quando a escola os obriga a ir a ... um concerto de música clássica, argh! Estávamos portanto diante de nosso maior desafio até agora: manter o interesse de uma turma de aborrecentes blasés. Acho que nos saímos muito bem. Helder provou que nasceu para ser “headmaster”, Sula desencantou e se dirigiu ao público pela primeira vez, e Mário enfrentou com a calma zen que lhe é peculiar a turba furiosa. E eles gostaram, e aplaudiram para valer! Verdade que falavam o tempo todo, parando apenas nos momentos em que nós tínhamos pausas, numa sincronia perfeita! Mas ainda assim era evidente que o programa agradou, e saíram todos bem animados.

In God we trust!

Esquisitices da viagem: 2

A cidade de Brusque parece ter especial fascínio por estátuas. Logo na entrada há uma espécie de jardim, cheio das estátuas mais bizarras. E outras esculturas bem estranhas pipocam por todo lado: arcanjos anunciando alguma coisa (o fim do mundo?) guardam o estacionamento de um Shopping; imensas estátuas de marrecos disneyanos anunciam a especialidade de um restaurante; uma cesta gigante, cheia de carretéis igualmente gigantes agracia a frente de uma loja de tecidos. E finalmente – last but not least – a campeã: a estátua da liberdade tupiniquim! E vocês pensavam que só o pessoal da Barra da Tijuca poderia ter semelhante idéia!!!!!!

Santa Maria!

As esquisitices da viagem: 1

Na estrada para Brusque passamos por uma... caravela encalhada! É, vocês leram certo: uma caravela. A explicação é a seguinte: nos festejos dos 500 anos do Brasil, alguém por aqui teve a brilhante idéia de lançar ao mar uma caravela igual às dos descobridores.Parece que se gastou uma fortuna para fazer esta embarcação - grana que teria sido suficiente para construir uma frota inteira - e não conseguiram fazer a dita cuja flutuar! Ou seja, em matéria de tecnologia naval, o Brasil decaiu para burro. Já em matéria de maneiras sofisticadíssimas de desperdiçar o dinheiro público estamos nos aperfeiçoando à velocidade da luz!

a antiga...

a moderna...

+ versus +

Aqui na frente da minha janela existem.... duas igrejas. Uma bem tradicional, com torre de sino e tudo, outra bem moderna. Dá para imaginar, sem esforço, que deve ter havido uma boa briga entre duas facções religiosas por aqui. Bem, eu pessoalmente ainda prefiro a igrejinha em estilo antigo. Vou tentar postar as fotos, para vocês poderem ver se concordam comigo....

entramos na era tecnológica

Hoje passei a tarde todinha - literalmente - no quarto do hotel de Brusque, tentando configurar a placa do Vivo-zap que a Cora me emprestou. Configurei e reconfigurei o micrinho dez vezes, restaurei o sistema outras duas, comecei tudo do zero mais umas três e falei horas com o pessoal da VIVO (aliás, pasmem, muito gentil!). Se vocês estiverem lendo isso, significa que eu tive sucesso, oba! A coisa é meio lenta, mas pelo menos nos torna independentes....

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Um passarinho cuida de seu lar


Um jantar meio chinfrim...

Depois do concerto, o Helder, que é um homem sábio, comeu um franguinho no próprio hotel e se recolheu a seus aposentos. Já a Sula, o Mário e eu, farristas, fomos para um restaurante muito charmoso, quase em frente ao hotel. O ambiente era lindo, e a comida prometia. Sopas variadas, pizzas em forno a lenha... Sula e Mário pediram, ambos, uma sopa de cebola. Eu pedi uma sopa de Cappeletti (gente, é assim que se escreve? Socorro, Mami!). Se a minha sopa não era bem o que eu imaginava (geralmente as massinhas vêm num consomê leve de galinha ou carne, mas a deste restaurante vinha num caldo de legumes com tomate, bem estranho) a dos meus colegas era simplesmente intragável. Uma pálida e densa gororoba de cebola crua com farinha. Péssima! Nem dava para engolir. Só vendo as caras de decepção dos dois, que estavam prelibando as tais sopas desde de manhã. Tadinhos! Para tapear a fome, pedimos uma pizza Margarita. Comestível, mas nada de especial. Claro que amanhã de manhã, quando acordar, o Helder vai nos gozar até a morte!

Concerto em Jaraguá

Pertinho do Hotel onde nos hospedamos, fica o Centro Cultural da cidade. É um prédio imponente, com teatros de primeiro mundo. Nós tocamos no menor (o maior tem MIL lugares!!!!), que tem boa acústica e é bem completo, com luzes ótimas, cadeiras confortáveis, palco profundo, equipamento todo funcionando, camarins limpos e espaçosos. Como até agora em todos os SESC, um lanchinho gostoso nos esperava antes do concerto. O Sérgio, responsável pela programação do SESC daqui, estava um pouco preocupado. A frequência nas terças, ele nos disse, não é das maiores. Mas havia um público bem entusiasmado, que subiu ao palco depois do concerto, para ver os instrumentos e fazer toda sorte de perguntas...
O"causo"engraçado do dia ocorreu no bis: tínhamos planejado tocar"piston de gafieira" do Billy Blanco, em que Helder e eu fazemos um ping-pong do tema e Sula toca a harmonia. E o Mário? Bem, nosso homem de cem instrumentos tinha se preparado para tocar uma singela caixa de fósforos (na verdade uma versão mais transadinha de uma caixa de fósforos: um ovo de plástico com areia (arroz?) dentro, que funciona como uma bela percussão). Mas na hora agá, quem disse que ele tinha se lembrado de levar o tal ovo para o palco? Solução: fazendo a mímica perfeita de sacudir sua percussão, e com os lábios cerrados para não dar na vista, nosso Bobby McFerrin tropical CANTOU o som da caixa de fósforos. E quer saber? Saiu igualzinho! Só que nós (Sula, Helder e eu) tivemos que fazer o maior esforço para não cair na maior gargalhada em pleno palco!

Depois do bem-sucedido concerto em Jaraguá


O quinto elemento é o Sérgio, nosso anfitrião do SESC Jaraguá....

Conforme o prometido...


ó nós aí, desfilando os óculos do brechó, num look bem retro.

detalhes do lindo piano do SCAR de Jaraguá


O repertório

A proposta de fazermos esta tournée partiu do Mário e da Sula. Parecia uma coisa de maluco. Se embrenhar pelo Brasil afora (ou adentro!) tocando um programa de música clássica... ahem... contemporânea... ahem ahem....brasileira (gulp!)? E para tornar a proposta só um tiquinho mais maluca, decidimos fazer uma mistura de instrumentos totalmente inusitada: flauta transversal e doce, cravo, viola da gamba e voz. Só um doido para achar que isso ia dar certo. Mas como a gente bem sabe, um doido faz cem. A idéia foi tomando corpo, e o Wagner, do SESC, achou muito natural. Até recomendou: "nada de concessões, hein? Não quero Pixinguinha, Tom Jobim, nada disso." Nada contra os dois gênios citados, muito antes pelo contrário. São ambos maravilhosos. Mas a idéia era mesmo fazer o que ninguém faz, e que não é necessariamente "fácil" de entrar nos ouvidos. Um desafio e tanto.
A escolha de peças foi difícil e demorada. Optamos por incluir alguns nomes já inseridos na história da música - Guerra-Peixe, Bruno Kiefer, Osvaldo Lacerda, Ronaldo Miranda - e outros ainda jovens - Sergio Roberto de Oliveira, Patrícia Michelini, Andre Vidal, Marcus Ferrer. Algumas peças são mais longas, outras bem curtinhas. Começamos com um canto tradicional do Nordeste, arranjado com espírito por André Vidal, jovem cantor que tem alcançado sucesso na carreira, como tenor. Ao Sergio e ao Marcus, encomendamos suas respectivas peças. Marcus escreveu uma miniatura sobre um poema de Manoel de Barros. Curta, leve, engraçada, ganha muito com a narração teatral do Mário e do Helder. Já o Sergio enveredou por um caminho surpreendente. A peça dele, Dores, é a mais complexa do programa. Trata dos diversos tipos de dor, e cada instrumento "sofre"a seu modo: o cravo representa a dor de não se encaixar no mundo, e assim a parte da Sula é quse impossível de juntar com a nossa. Mário solta suspiros e gemidos resignados na gamba. A flauta transversal mostra a dor de quem sofre há muito tempo, num cansaço meio desesperado. A dor de cada um se desenvolve em um universo individual, por assim dizer, que só colide com a dor dos outros no final. O efeito é plangente e devastador. Ficamos com medo de a peça ser difícil demais para a maior parte do público. Erro nosso. Curioso é que, até agora, por onde passamos, o público entende claramente a proposta e aplaude entusiasmado! Bem que o Mário (Kossatz, marido da Sula) tinha nos avisado, no ensaio geral: "o pessoal vai gostar muito. A composição é forte e bela!". A peça de Patrícia Michelini, com texto de Baudelaire (L'Eternité) também tem um clima sorumbático, mas é curta e mais melódica.
Pessoal, tenho que me vestir para o próximo concerto. Depois falo mais sobre as peças....

Isso pega! Laura e Mário, au grand complet....

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Amanhã, dia 26: Brusque, Santa Catarina

Dia 27: Itajaí.
Dia 28: Blumenau (ou, em inglês, como diz a Sula: Homem azul, agora!)

Nois se diverte, mais nois rala!!!!!!

O circo chegou à cidade: e não somos nós!

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Nosso simpático anfitrião, o João, do SESC Joinville

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