segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Joinville


Edredons secando na janela

A primeira parada, ontem, foi Joinville. O concerto de estréia foi bárbaro. Era pago (10 reais) e mesmo assim a sala estava cheia. Público interessado e bem informado, que sabia que estava lá para ouvir música brasileira contemporânea! Um dos ouvintes reclamou que ö programa "estava muito tonal", pode?

A cidade é limpa, organizada e agradável; o hotel chique, com restaurante de primeira. Se a van que nos pegou no aeroporto não tivesse tido pane na estrada, e não tivesse atrasado 3 horas, acharíamos que estávamos na Alemanha....

Mas coisa de primeiro mundo, mesmo, foi o que vimos hoje de manhã: a escola do Ballet Bolshoi em Joinville. Vocês sabiam que existe no Brasil a única escola afiliada ao Bolshoi fora da Rússia? É um luxo. Tem inúmeras salas especiais para Ballet, professores russos e Brasileiros, refeitório (a gente não chegou a comer lá, mas o cheirinho do que estavam preparando para o almoço era mais do que convidativo!), biblioteca (boa!), sala de informática (com 10 computadores conectados!), ambulatório, sala de ginástica com aparelhos, atelier de figurinos e estúdios de música com pianos, isolados acusticamente.

Todas as crianças estudam música! E são 270 crianças, 80% delas bolsistas, vindas de comunidades carentes. Tudo limpo, bonito, amplo, funcionando às mil maravilhas. O curso dura 8 anos e forma bailarinos de primeira, disputados no mundo todo. É um Brasil do qual a gente pouco ouve falar, e que enche a gente de orgulho.

Saí de lá com os olhos marejados... e olha que eu nem gosto de ballet! O que dá raiva é que a gente sabe que em termos de Brasil este é um gasto ridículo. Podería haver escolas semelhantes em cada estado do Brasil, até porque, uma vez funcionando tão bem, aparecem logo os patrocínios privados. Só para registro: além dos patrocinadores mega, várias pessoas físicas, profissionais liberais, oferecem seus serviços de graça. Dentistas, médicos, fisioterapeutas.

Dá gosto de ver...

Mandarei fotos da viagem quando conseguir descarregar a máquina (gente, não se espantem! sou irmã da Cora por mero acaso biológico. Em matéria de tecnologia, sou uma anta!!!!!!)

Hoje o concerto é em São Bento do Sul. Na estrada comemos um carneiro delicioso (desculpem, vegetarianos...) e sagú ao vinho, igual (bem, quase igual) ao da Mamãe. Estamos num hotel lindinho, de estilo alemão, parece um chalet nos Alpes!!!! E tem WI-FI... Ô vidinha!!!

3 comentários:

Hermano Shigueru Taruma disse...

obrigado pelo relato
espero que todos estejam bem
saudades
bjs
Hermano

Anônimo disse...

Boa Tarde!

Queremos parabenizar a todos os envolvidos no Projeto Sonora Brasil!
Ontém a noite tivemos a graça de ouvir e sentir o grupo Re-Toques, nos deixaram profundas inpirações.
Em especial agradecemos a peça de Sérgio Roberto de Oliveira, "Dores", pois ajudou-nos a pensar nas atividades do término do ano aqui no colégio.
Obrigada Sérgio, acolha sempre a grandeza do sentir, pois sua experiência deixou-nos profundas inspirações.
Fraternalmente, Ir. Ana Maria

Sergio Roberto de Oliveira disse...

Cara Ana Maria,
Muito me emocionei lendo seu comentário. Porque essa minha tarefa - a de compositor - além de solitária carece dos aplausos. É como se escrevêssemos nossos bilhetes para o mundo e colocássemos em garrafas, desejando sorte. Bom, é claro que há garrafas geniais, como esse grupo de músicos sensacionais que você ouviu. Mas sempre fica a pergunta se nossos bilhetes (músicas), chegarão ao seu destino, se tocarão alguém. Há obras que só tocam alguém depois que o compositor já se foi. E é uma felicidade muito grande saber que as minhas "Dores" foram bem recebidas por vocês. E mais - se é que pode haver mais - deixou-lhes inspirações. Se tiver algo em que eu possa ajudar, por favor me escreva um e-mail(sergio@sergiodeoliveira.com). Abraços,
Sergio