quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Nem tudo é beleza
























Quem lê meu blog com regularidade sabe que estou sempre tentando mostrar os aspectos mais legais de cada região, os cantinhos mais charmosos de cada cidade, mesmo daquelas que não estão propriamente em sua melhor forma. Minhas fotos de Manaus, por exemplo, passaram a idéia errônea de que Manaus é toda limpinha e conservada, o que está longe de ser verdade.
Acontece, porém, que quando a gente vai fotografar, naturalmente tem o olhar atraído pelo mais bonito, e não pelo mais feio. Também ocorre que eu tenho um espírito meio de Polyanna, e em geral procuro ver os pontos mais positivos de cada situação.
Mas por outro lado, um blog de viagem como o meu tem, sim, um certo quê de documentário, e seria muito esquisito se eu simplesmente ignorasse o que está na frente dos meus olhos. A estrada de Surubim para Caruarú é uma daquelas paisagens desoladoras que parecem saídas de um livro do Sebastião Salgado. Dezenas de quilômetros de terra calcinada que parece ter sido arrasada por um incêndio, de tão seca e devastada. Na beira da estrada, muita pobreza, casinhas miseráveis, animais esquálidos, carcaças de bois em vários estágios de decomposição e muito, mas muito lixo. Pela primeira vez me caiu a ficha: é disso que os ecologistas tanto falam! Virei radical. Acho que deviam simplesmente abolir os sacos plásticos. É uma tristeza ver tanto material que não é biodegradável espalhado por todo lado, enfeiando tudo!

6 comentários:

Anônimo disse...

Laura,
Sempre passo por aqui, mas não estava me entendendo com o modo de comentar. Depois de ver a instrução da Jussara prá Layla no blog da Cora, resolvi tentar.
Acho que você está fazendo um belíssimo diário de viagem. Eu adoro viajar, mas conheço pouco o Brasil e estou adorando te acompanhar. Prefiro as fotos das belezas, mas não dá para desviar o olhar e ignorar o descaso, o abandono, a destruição da natureza. Moro em Itaipava e fico revoltada com os sacos plásticos e o lixo boiando no Piabanha, um importante afluente do Paraíba do Sul.
Não dá prá achar que já está tudo sujo e que não há o que fazer. Temos que denunciar e fazer a nossa parte. Pode parecer pouco, mas é trabalho de formiguinha.
Eu parei de embalar minhas compras em sacos plásticos no supermercado.
É pouco, mas é um início. Sempre faço um pequeno discurso quando estou no caixa, e algumas pessoas podem acabar aderindo.

laura r. disse...

Já aderi, Marise. E quando faço pequenas compras, uma pasta de dentes na farmácia, por exemplo, peço para não embalarem, jogo direto na bolsa. Para quê desperdiçar?
Ah, em tempo: apareça sempre!!!!!

Cora disse...

Miséria, fogo
Terremoto:
Dão cada foto!

Se não me engano, o haikai do Millôr é assim, ma vou conferir com ele amanhã.

Está tudo muito bom.

Anônimo disse...

A coisa mais terrível que eu acho, é ver um rio sem água, assoriado, sujo, cheio de garrafas pet, de saco plástico. Como eu já disse aqui, eu tenho uma coisa com água, gosto de estar sempre perto dela, por isso não deperdíço. Gosto do tema reciclagem, leio tudo a respeito, porque a reciclagem tira o lixo da natureza, e tento fazer a minha parte. O problema é que as pessoas colocam o lixo do lado de fora, para o lixeiro recolher,ficam com a sensação de que a casa está limpa, mas esquecem que o planeta Terra é a casa onde a sua casa foi construida, e o seu lixo está contaminando o quintal da sua casa.

Anônimo disse...

Laura, eu também quando fotografo por onde vou sempre procuro as coisas bonitas , acho que isto é natural. As coisas "feias" a gente nem quer ver. Mas elas devem ser fotografadas e mostradas, pois como a situação vai melhorar se ninguém tomar conhecimento?
Concordo que os sacos plásticos deveriam ser abolidos completamente, pois são eles que ficam espalhados por aí e deveria haver uma grande campanha educativa para que não se produza tanto lixo. Tenho notado que como estão reciclando muito as garrafas pet, tem diminuido o número de garrafas pet espalhadas poraí.
Sem uma boa campanha educativa vai ser difícil melhorar a situação..

Anônimo disse...

Coitadas das pessoas e dos animais!