quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Vitória tem muitas igrejas lindas



Estive em Vitória há 21 anos, como membro de banca de júri de um concurso para jovens instrumentistas, em que o vencedor foi o flautista Fernando Brandão, que já era naquela época um músico brilhante. Minhas memórias da estadia são excelentes. Ficamos num hotel ótimo (do SENAC, se não me engano) e fiz aqui amigos queridos, entre os quais Paulo Fortes e Mariuccia Iacovino, também membros da banca. Mas Vitória, como cidade, não me impressionou, naquela ocasião. Parecia caótica e abandonada, uma cidade que reunia os problemas de uma metrópole e os de uma cidade pequena e sem perspectivas.
Desta vez, tive uma surpresa agradável. Ao contrário da maioria das cidades do país, Vitória floresceu, melhorou, criou uma personalidade. Cresceu sem esmagar seus habitantes. Na verdade, os maiores problemas que nós vimos são devidos... a obras de melhoria, que temporariamente engarrafam o trânsito e criam alguns transtornos visuais (a orla está sendo refeita, duas pontes estão semi-interditas, uma nova ponte está sendo construída). Os restaurantes, limpos e cheios de gente, prosperam. As lojas tem uma moda bonita, bem exposta nas vitrines. Os prédios novos são luxuosos, denotando um nível de vida bem alto.
Mérito, me dizem os daqui, de "16 anos de bons governos". Nosso motorista confirmou: "Temos muita sorte com nossos políticos". Sabe quando foi a última vez que ouvi algo de semelhante, a respeito de uma cidade brasileira?
Nunca!
Mas aí a gente percebe o que poderia ser o nosso país, se tivesse, ele também, a sorte que teve Vitória.

Para não fugir do padrão, tudo a respeito do nosso concerto foi muito bem planejado. Divulgação excelente, com matéria nos jornais, folhetinhos distribuídos, banner enorme na fachada do Teatro (vocês viram, nas fotos abaixo?). Motorista pontual e simpático, lanche generoso e saboroso, técnicos de cultura presentes e engajados. E soubemos que o SESC comprou um prédio gigantesco no centro da cidade, na frente mesmo do Teatro Carlos Gomes, que será transformado em mega-centro cultural. Vai ser um espetáculo! Tomara que nos chamem de novo para tocarmos na inauguração! ;)

Ah, e para aqueles que não aguentam mais o suspense: a gamba se portou muito bem, segurou a afinação e "cantou" direitinho! Obrigada pela torcida!

4 comentários:

Anônimo disse...

Mas aí a gente percebe o que poderia ser o nosso país, se tivesse, ele também, a sorte que teve Vitória.
Chega a doer o coração ver o que os políticos estão fazendo com este país.

Anônimo disse...

Suspense mesmo!
Agora que já respiraram fundo...
...PONTO PRO LUTHIER DE MANAUS,né?
(E depois da tremenda maratona dos queridos amigos "exóticos"(...), já era mais que merecido um porto seguro onde tudo desse certo)!
Também, uma cidade com este nome só pode ser boa coisa,rsrs.

rVn

Claudio Azevedo disse...

Eu também estava lá em Vitória, a bordo do Submarino Humaitá, e tive a oportunidade de ver meu primo Fernando Brandão ganhar o concurso. Boas lembranças...

laura r. disse...

Claudio
Muito prazer. Seu primp acabou se tornando um amigo, e confirmou as altas esperanças que nutri então. É um músico maravilhoso, e uma pessoa totalmente do bem!