domingo, 4 de novembro de 2007

Ainda bem que existem anjos no mundo






Francisco Gervânio, Everton (do Hotel Uiramutan) e Anderson

Chegamos quase à meia noite. Não havia ninguém do SESC para nos receber. Lá estávamos nós quatro, mais as malas, mais a viola, flautas... e o enorme case da espineta (tem dois metros, só cabe em Van!). E nem sabíamos em que Hotel íamos ficar!
Esperamos um tempo que aparecesse alguém, van com motorista, representante do SESC.... mas nada! E a pessoa que era nosso contato em Boa Vista não atendia o celular. Que fazer? Pedimos à mocinha da TAM para deixarmos a caixona da espineta em algum canto do aeroporto, passamos a espineta para a capa mole, e nos amontoamos em dois taxis, a quem pedimos que nos levassem a um bom hotel. Nos levaram ao Hotel Uiramutam, que nos pareceu simpático, mas não tinha vagas. E agora?
Pois não é que o concierge do Uiramutam, o Everton, resolveu ligar para TODOS os hotéis de Boa Vista para descobrir em qual deles havia sido feita a nossa reserva? Isso levou um tempão, e custou um esforço e tanto. Mas o Everton não desiste fácil. Como era de se prever, nossas reservas estavam no último hotel para o qual ele ligou! Os dois motoristas, Francisco e Anderson, aguardavam pacientemente, davam sugestões, tentavam ajudar de todas as maneiras e faziam torcida. Lá pelas tantas, até mesmo nos trouxeram café quentinho. Acordados que estávamos desde as 4 da manhã do dia anterior, bem que estávamos precisando do café e do carinho!
Finalmente, rumamos para o Hotel Norte Shopping, onde também fomos atendidos com a maior simpatia. Enquanto ainda estávamos preenchendo as fichas, apareceu esbaforido o rapaz do Uiramutan: cambaleando de sono como estávamos, havíamos esquecido sobre o balcão uma pasta contendo todas as informações sobre a tournée, e ele veio de moto nos entregar!
Se vocês contarem o fuso horário, estávamos acordados dois dias seguidos, praticamente. Nessas circunstâncias, as acomodações do Norte Shopping Hotel nos pareceram verdadeiramente palacianas!

3 comentários:

Arthur de Faria & Seu Conjunto disse...

Agora vocês vão ter de aguentar meus ataques de Visitador!!!
Rererereerre.
Primeiro, osgêmeos, lá dos grafittis aqui em portalegre. Eles têm trabalhado com um amigo pernambucano, o Siba, e toda a arte do disco novo do Siba - maravilhosa - é tirada da instalação/cenário que eles fizeram pro show que o Siba e a Fuloresta, seu grupo, fizeram no Itaú Cultural, em São Paulo, pra virar DVD. Um deslumbre. Aí eles se gostaram tanto que os dois se mandaram pra cidade onde o Siba tá morando: Nazaré da Mata, zona da mata de Pernambuco, e grafitaram várias casas, além da dele. A piada é que, se vendessem as paredes, quadruplicava o PIB de Nazaré por 10 anos...

De resto, tou esperando por mail as extensões confortáveis das vozes e instrumentos. Tenho 3 peças na cabeça pra escrever procêis. Quero as extensões confortáveis das vozes, da Espineta, das flautas doces e da viola, que o Mário me disse mas eu esqueci. Mandâ? Manda pro meu mail? Manda? Manda?
Beijos
Arturix, le gauloise
Ps. Por fim, o link pra vocês conhecerem Le Vrai Spinetta, o Luis Alberto, o melhor dos roqueiros argentinos, culto total em Bs Aires.> http://www.youtube.com/watch?v=A5LNC4NPOG4

Anônimo disse...

E muito confortador, quando mais precisamos, encontramos gente tão boa para nos auxiliar. Fiquei emocionada de verdade, poque é muito bom saber que, nem tudo está perdido, tem muita gente boa nesse mundo, gente que olha pra vc, e ve um semelhante, e não medem esforços para te ajudar e oferecer algum conforto. Muito bom saber, que essas pessoas existem.

Unknown disse...

É, isso é o nosso Brasil. Imagine isso acontecendo na Bélgica ou na Alemanha. Bem, é verdade que provavelmente alguém do SESC estaria lá para atendê-los mas, se houvesse havido algum contratempo, vocês teriam é ficado ou no aeroporto ou na rua mesmo. Facit: organização des-humaniza e bagunça humaniza. Como sempre fui da opinião que é mais fácil organizar o humano do que humanizar o organizado, Viva Bagunça! Como me disse um consultor holandes há poucos dias, o Brasil mostra o caminho para futuro (o consultor deve ser parente do Stefan Zweig, outro otimista - muito embora pressionado pelo Getúlio - ou talvez assessor do Mangabeira Unger). Confesso que já fui fortemente desta opinião mas que no momento, apesar dos Francisco Gervânios, Evertons e Andersons, o ânimo está um pouco em baixa. Poderia ser pior mas precisava ser melhor. Um dia chegamos lá.