quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Concerto em Santa Cruz ;)






Quando chegamos ao Espaço Camarim já ficamos encantados. O prédio, antigo mas todo restaurado, tem uma livraria/café (charmosíssima!) no andar de baixo, e no segundo andar fica a sala de espetáculos. Parece que já foi um cinema, e por isso o palco é bem alto. Não é imenso, mas é muito bem cuidado, com milhares de toques delicados: flores nas janelas, camarim impecável, chão de madeira, cadeiras thonet. Um capricho só, e uma vibração das mais positivas, se é que a gente acredita em vibrações. Mas se percebe que a casa tem por trás uma história bonita de paixão e dedicação à arte. Dá vontade de tocar num lugar assim.

Nossa anfitriã do SESC, a Roberta, estava temerosa. Apesar da divulgação impecável, a chuva atrapalhou muito. Além disso era véspera de feriado, e como em qualquer cidade, muita gente viaja. De fato, a sala, que não é grande , não estava cheia. Mas o público que lá estava era, simplesmente, o máximo! Cada pessoa batia palmas por quatro. Foi o lugar em que mais gostaram de Dores e de l’Eternité, duas peças que exigem da platéia um grau de sofisticação muito grande. Nós fomos ficando cada vez mais animados, ao vermos o trabalho que fazemos ser recebido com tal entusiasmo e carinho. Não existe nada de mais gratificante. Depois do concerto, todos subiram ao palco para falar com a gente, foi muito comovedor. Por sugestão da Roberta, fomos comer num ótimo restaurante italiano, La Fiamma, pertinho do Teatro, acompanhados de parte do nosso público. A comida estava uma delícia, o ambiente dos mais agradáveis.

Foi a mais perfeita compensação pela decepção de ontem.

10 comentários:

Unknown disse...

Que bom, que barato! Que teatro charmoso. A austeridade deve ser influencia da fé luterana - isto sempre me chamou muito a atenção não só na igreja mas em todo o jeito de ser dos luteranos, uma austeridade meio inquietante. Bem, amanhã é Lajeado, onde tenho parentes e deve ser um baluarte da igreja Luterana. Meu tio Fridhold foi fundador ou diretor do colégio local durante muito tempo. Talvez apareça alguém da família no concerto. O sobrenome é Altmann.

Unknown disse...

Errata (coisa de virginiano): o nome do tio é Friedhold. Era casado com Ricarda, irmã de minha mãe. Dos filhos, me lembro de Walter (presidente da Igreja Luterana no Brasil), Werner e Renate (ou Renata).

Anônimo disse...

Eu amei esse lugar, é tudo muito lindo mesmo. Adorei o piso de madeira, e de ceramica( essa ceramica tem um nome que eu esqueci, e ouvi dizer que está sendo fabricada de novo) muito bonito. Os móveis, os objetos, tudo lindo, do jeito que eu gosto, (não sei por que, eu adoro coisas antigas), um clima bem gostoso. Que diferença de ontem, da água para o vinho! Isso é o que vcs merecem. Bom dia.

Anônimo disse...

jaqueline martins
Por acaso seria "azulejo hidráulico"?

Unknown disse...

jaqueline,

chama-se "ladrilho hidráulico" e continua a ser fabricado, sim, eu, pessoalmente , conheço tres fábricas na cidade de são paulo, é lindo o processo de fabricação, todo manual, por isso é meio caro, custa de $50 a $200 o metro quadrado.
acabei de colocar numa sala aqui em casa.

na verdade não é cerâmica, é cimento...

Unknown disse...

é totalmente fascinante pra mim essa vida de espetáculo, onde toda a noite voce vai lá , sobe no palco e faz a mesma coisa , cada vez pruma platéia diferente!!!!!!

laura r. disse...

Pois Mariana, o curioso é justamente que não é a mesma coisa! O desafio de repetir un programa é achar diferentes aspectos de cada peça para enfatizar, ou prestar atenção a coisas diferentes a cada vez: uma inflexão mais doce, um ornamento novo aqui e acolá, uma dinâmica mais exagerada... E é claro que o programa muda de acordo com a platéia.
Quanto ao ladrilho hidrãulico, vocês têm razão, é lindo, mesmo. Desde pequena aprendi a apreciar os diferentes ladrilhos hidráulicos do Rio, já que mamãe, que é arquiteta, nos chamava a atenção para os desenhos e o acabamento de cada um. Parece que eles vinham da Inglaterra....

laura r. disse...

Mario
É impressionante a presença luterana aqui no Sul. Os luteranos têm várias universidades, e a gente passa por muitas igrejas luteranas. Aliás, Santa Cruz é cidade de colonização alemã. A gente ouve muito alemão pelas ruas, e mesmo o português deles têm um certo sotaque germânico.

Anônimo disse...

Gente, é isso mesmo, ladrilho hidráulico, eu adoro. Eu acho que é esse ladrilho, que forram as paredes da Santa Casa de Misericórdia, uma construção muito bonita, mas que está totalmente abandonada. O piso da casa da minha avó era desse ladrilho, que minha tia fez o favor de tirar, porque achava fora de moda.

Anônimo disse...

é muito interessante isto de ter platéias diferentes em cada lugar, mesmo que voces apresentem as mesmas peças ou outras conforme o público. Deve ser muito gratificante também ver o reconhecimento das pessoas pela arte de voces. Parabéns a voces por levarem esta boa música pelo Brasil afora, pois nem sempre eles tem a oportunidade de ouvir o que voces apresentam.