domingo, 21 de outubro de 2007

Bomba: a matéria do Diário de Maringá

Mistura sonora (e fina)

Grupo carioca Re-Toques apresenta neste sábado em Maringá uma inusitada mistura de instrumentos e sonoridades, dentro do projeto Sonora Brasil, que percorre o País

A variedade de sons é uma das marcas do projeto Sonora Brasil, organizado pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) e que tem como bandeira “Tradições contemporâneas - Tonos Novos”.

Se na edição passada a apresentação foi do grupo Raízes Caboclas, que trouxe a Maringá canções do Norte, dessa vez o que chamará a atenção do público é a inusitada combinação de instrumentos antigos e modernos para apresentar música erudita.

Quem promove a “baderna” musical é o grupo “Re-Toques”, do Rio de Janeiro. O grupo é formado por Laura Rónai (flauta transversa), Helder Parente (voz e flauta doce), Sula Kossatz (cravo/espineta) e Mário Orlando (viola de gamba).

A apresentação será a partir das 20h30 deste sábado, no salão de eventos do Sesc. A entrada é gratuita.

Para Helder Parente, o que mais chama a atenção nas apresentações do grupo é mesmo a combinação entre os instrumentos distintos, afinal, flautas doce e transversal, apesar de terem o mesmo nome, não costumam ser tocadas juntas. O mesmo vale para o acréscimo de espineta, espécie de cravo, e da viola de gamba.

“A recepção nas cidades tem variado muito. Quando a platéia tem essa informação da música erudita, mesmo assim as pessoas ficam chocadas. Porém, no final gostam”, diz Parente.

Ele afirma que o choque surge justamente da combinação inusitada dos instrumentos, que reflete na sonoridade.

Em 55 minutos de apresentação, os quatro músicos conversam com o público a respeito dos instrumentos e das peças musicais tocadas. O repertório é feito de quatro peças compostas especialmente para o grupo e outras cinco adaptadas.

“Por isso o nome do grupo é Re-Toques. Porque adaptamos essas canções para os instrumentos que tocamos”, explica Parente.

No repertório, o grupo fugiu de compositores estrangeiros ou daqueles mais conhecidos. Aproveitando o nome no projeto, mostram a obra de compositores contemporâneos. Entre eles, Ronaldo Miranda, Sérgio de Oliveira, Patrícia Michelini e Marcus Ferrer, que compuseram as músicas para que apresentassem em primeira mão.

Além disso, o destaque vai para o nome de Guerra Peixe, com uma peça dividida em duas partes. Segundo Parente, outro compositor bastante conhecido do público é Osvaldo Lacerda.

O grupo Re-Toques está rodando o País, passando por várias cidades para apresentar as músicas no Sonora Brasil. Começaram a turnê no dia 23 de setembro, por Joinville, em Santa Catarina, e terminam no dia 20 de dezembro, em Salvador, Bahia. Ao todo, serão 72 cidades diferentes.

No Paraná, além do show deste sábado em Maringá, já passaram por Jacarezinho, Cornélio Procópio, Apucarana, Londrina, Guarapuava, Pato Branco, Foz do Iguaçú e Paranavaí. “É cansativo, mas como aceitamos, temos que tocar. Tem valido à pena”, diz Parente.

Fato interessante nesse roteiro é acompanhar o blog http://www.timbricas.blogspot.com/. O site foi criado e é atualizado por Laura Rónai. Fatos interessantes são narrados com humor e muitas fotos.

É uma espécie de diário de viagens dessa trupe que está cruzando o Brasil levando arte, como saltimbancos da música erudita.

2 comentários:

Anônimo disse...

Laura, num post abaixo vc perguntou o que eu acharia da música que vcs estão tocando. Eu sou uma porcaria para lembrar o nome da música e o autor, não gravo nomes, um horror, mas acho que eu gostaria de ouvir uma música bem tocada.
Quando eu era criança, minha mãe cantava uma música que dizia assim: Maringá, Maringá, depois que tu partiste, tudo aqui ficou tão triste, que eu fiquei a imaginar......... Maringá, Maringá, volta aqui pro meu sertão... Eu acho que era assim, ela adorava essa música.

Sergio Roberto de Oliveira disse...

Que legal!!!! Quero uma cópia do jornal!
Beijo!